Um artigo produzido para a Revista Activa
Comer é uma ação praticada desde o momento em que chegamos ao mundo. É algo inato e tão instintivo que quase não se nota a quantidade de estímulos que envolve o ato de se alimentar. O comer vai muito além da fome. Envolve sabores, aromas, sensações, memórias, ambientes, companhias e crenças. Envolve o indivíduo, a família e a sociedade. Portanto, como pode o “não saber lidar com o comer” ser, frequentemente, encarado como um problema individual?

A obesidade é uma doença crónica, grave e que mata. É originada por diversas causas e está associada a outras doenças, como as cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de cancro. Entretanto, é uma doença desvalorizada. Tão desvalorizada que nem é encarada como tal e, pelo mesmo motivo, está associada a um conjunto de preconceitos que impossibilitam uma abordagem eficaz para a sua solução. O impacto que a obesidade tem vai além da esfera individual; afeta famílias, sistemas de saúde, economias, o progresso social e compromete gerações.
A Obesidade na Linha do Tempo

O comprometimento de gerações vem sendo cada vez maior. O marco para este início foram as alterações de hábitos e rotinas causadas por alguns motivos, como massificação das grandes superfícies comerciais, avanços tecnológicos e modificações na mobilidade urbana. Tais mudanças orientaram os indivíduos a gastar menos energia e a consumir mais calorias: a “fórmula mágica” para o ganho de peso.
Preparar as refeições deixou de dar trabalho quando opções prontas para o consumo ficaram disponíveis. Tarefas e formas de lazer foram influenciadas pelo surgimento de eletrodomésticos e outros equipamentos, como televisões, computadores e dispositivos portáteis. Deslocações de curtas distâncias deixaram de ser feitas a pé e foram facilitadas por transportes. Portanto, fica claro como a obesidade triplicou no mundo desde 1975, segundo a OMS e por que hoje Portugal é o terceiro país europeu com maior número de obesos e com quase 70% da população acima do peso ideal.
A Alimentação

A necessidade em batalhar pela reeducação alimentar para travar o crescimento desenfreado do excesso de peso surgiu quando ficou evidente que a combinação entre sedentarismo e alteração de hábitos alimentares resultou numa população mais pesada.
Algumas medidas para o controlo da obesidade, como taxar alimentos e bebidas com alto teor de açúcar, advertências nos rótulos e proibição de alimentos nas escolas, refletem tentativas dos governos para educar desde a infância e para incentivar a reeducação por quem ficou acomodado nas facilidades atuais e também vê os números da balança a subir.

Porém, engana-se quem acha que a reeducação alimentar passa apenas por alterar o tipo de alimentação. Assim como o comer é influenciado de diversas formas, a obesidade é um problema multifatorial e deve ser tratado como tal. Somente uma abordagem multidisciplinar consegue responder a diferentes causas para tratar e prevenir as complicações associadas.
Confira abaixo quatro questões ligadas ao excesso de peso que podem ser orientadas e ultrapassadas por várias especialidades clínicas:
Esta não é uma batalha simples. A culpa não é só de quem está acima do peso. O problema é multifatorial. Procurar ajuda, por todos os meios, é sempre a melhor opção.
Na Diet Academy encontrará um programa 360° que com acompanhamento nutricional, atividade física e fornecimento de refeições personalizados.
Marque já a sua consulta!