Constantemente comentado em sites, artigos, redes sociais e estudos científicos, o glúten por vezes é extremamente criticado e, por outras, existe quem nem sabe do que se trata. As suas polémicas mais comuns estão associadas ao seu consumo favorecer o ganho de peso e o mau estar intestinal. Mas, afinal, o glúten deve ou não ser evitado?
No artigo de hoje, esclarecemos todas as suas dúvidas em relação ao glúten, deixando claro quem pode ou não consumir. Confira!
O que é?

O glúten é formado por uma combinação entre dois grupos de proteínas e água. As proteínas responsáveis pela formação do glúten são a gliadina e a glutenina, encontradas principalmente no trigo, mas também em cereais, como o centeio e a cevada. A aveia, por sua vez, é naturalmente isenta de glúten, entretanto, como muitas vezes é processada nos mesmos locais que cereais que contêm glúten, pode passar a ser designada um cereal com glúten por “contaminação cruzada”.
No reino vegetal, as proteínas formadoras do glúten são encontradas no endosperma e chamadas de “proteínas de reserva” que funcionam como uma reserva nutritiva da planta para o seu crescimento e desenvolvimento. No trigo, constituem cerca de 80% do seu conteúdo proteico total.
A principal característica deste complexo proteico é que, quando misturado à água, forma uma rede proteica ligada a grânulos de amido que, durante a panificação, retém o gás carbónico produzido no processo fermentativo e torna o pão ou a massa “fofos” e muitas das características desejadas do pão são determinadas pela presença do glúten.
Alimentos que possuem glúten:

O glúten está presente no trigo, centeio, cevada e malte. Portanto, todo e qualquer produto alimentício que receba na sua composição um desses alimentos, com certeza terá a presença do glúten. Veja alguns exemplos:
- Bolos;
- Pães;
- Biscoito;
- Torradas;
- Pizzas;
- Massas;
- Cerveja;
- Temperos industrializados;
- Molhos prontos (ketchup, maionese, molho de soja).
Atenção! Mesmo as versões integrais dos alimentos à base de trigo ou de cereais que contêm glúten, não são isentos de glúten.
Alimentos que NÃO possuem glúten:
- Verduras, frutas e hortaliças;
- Arroz;
- Batata;
- Milho;
- Mandioca;
- Carnes;
- Gelatinas;
- Óleos e gorduras
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Dieta sem glúten e perda de peso

O trigo foi introduzido na dieta humana quando os humanos começaram a fazer a transição da caça e coleta de alimentos para a agricultura sedentária, o que possibilitou o desenvolvimento social e a criação de grandes comunidades.
No entanto, por desencadear reações a algumas pessoas, como alergia ao trigo, doença celíaca e sensibilidade não celíaca ao glúten, muitas pessoas e, inclusive, profissionais de saúde, apoiam a retirada do glúten da alimentação humana e referem benefícios com a exclusão deste, como “desintoxicação”, “eliminação do estado inflamatório”, “emagrecimento”, “eliminação do inchaço” etc.

As dietas sem glúten são claramente recomendadas para pessoas com alergia, doença celíaca ou com sensibilidade ao glúten e estas pessoas, sim, reduzem o estado inflamatório e obtém inúmeros benefícios com a exclusão deste complexo proteico da rotina alimentar.
Porém, o que dizem os estudos científicos, é que, atualmente, não existem evidências de que o glúten cause danos aos tecidos quando consumido por quem não possui nenhum tipo de problema na digestão e absorção do glúten.
Sobre a perda de peso, há pouca ou nenhuma evidência até o momento que apoia o uso de uma dieta sem glúten para facilitar o emagrecimento.

O que acontece para haver esta associação direta com a perda de peso e esta recomendação transversal para eliminar o glúten da alimentação quando se quer descer números na balança, é que grande quantidade das opções de alimentos que possuem glúten são calóricos e, com um balanço energético positivo (comer mais calorias do que se gasta), acontece o aumento de peso.
Ao retirar alimentos, como pão em excesso, pizza, bolos, doces e bolachas da dieta, consequentemente há uma redução no consumo de calorias e é justamente essa redução calórica que promove a perda de peso, não o glúten em si.
Produtos industrializados “gluten free” são uma ótima alternativa de inclusão para pessoas com problemas associados ao consumo do glúten, no entanto, podem ser uma verdadeira armadilha para quem quer utilizar estes alimentos como uma “alternativa mais saudável” às guloseimas habituais.

A perda de peso acontece através do consumo reduzido de calorias, combinado com aumento do gasto calórico, proveniente da atividade física frequente. Trocar bolachas de trigo por bolachas sem glúten e esperar que isso seja a solução para a perda de peso pode ser bastante frustrante.
Se o seu objetivo é perder peso, o ideal é consultar um profissional especializado para lhe orientar durante todo o processo de mudança de hábitos alimentares. Na Diet Academy contamos com médicos, nutricionistas, personal trainers, fisioterapeutas e esteticistas prontos para lhe ajudar!
Mas, se sofre de algum problema associado ao consumo do glúten, fazer a exclusão deste complexo proteico da alimentação é fundamental. Neste caso, o acompanhamento nutricional é importante para reestabelecer a saúde intestinal, tratar sinais e sintomas inflamatórios, além de prevenir possíveis deficiências nutricionais.
Quando é importante adotar uma dieta isenta de glúten?

A remoção completa do glúten deve ser feita no caso de doenças, como a doença celíaca e a sensibilidade ao glúten não celíaca.
Compreenda agora como é feito o diagnóstico e o tratamento dessas doenças:
Doença celíaca
É uma doença autoimune causada pela intolerância ao glúten que causa sérias alterações intestinais, que acabam por impactar na absorção de nutrientes essenciais.
A prevalência desta doença está estimada em 1% da população geral e pode ser definida como uma inflamação crónica do intestino delgado, devido a uma resposta imunológica muito grande ao glúten ingerido.
Quando não tratada pode levar à desnutrição.

Sintomas da doença celíaca:
Geralmente é uma doença identificada ainda na infância, os principais sintomas são:
- Perda de peso intensa;
- Diarreia ou prisão de ventre;
- Dor abdominal;
- Distensão da barriga;
- Danos a parede intestinal;
- Falta de apetite;
Diagnóstico:
O diagnóstico é feita através de exame clínico, analisando os sintomas e por biópsia intestinal, através de endoscopia.
Após o diagnóstico completo, o tratamento é feito pelo nutricionista através de uma dieta isenta de alimentos e produtos que contêm glúten.
Sensibilidade ao glúten não celíaca

A sensibilidade ao glúten não celíaca é uma condição que começou a ser discutida recentemente, desta forma a sua fisiopatologia e evolução não são totalmente elucidadas e não há testes específicos para o diagnóstico.
O que está claro é que se manifesta com sintomas semelhantes ao da doença celíaca e a exclusão do glúten promove uma melhora do quadro de saúde do paciente. Dessa forma, acaba sendo a identificação da sensibilidade.
É importante deixar claro que a sensibilidade ao glúten não celíaca, não é uma doença e sim um problema digestivo, que provoca desconfortos intestinais e portanto a exclusão de alimentos com glúten é sugerida.

Sintomas
- Diarreia intensa;
- Dor e distensão abdominais;
- Dores de cabeça recorrentes;
- Fadiga;
- Dor articular.
No caso de sentir estes sintomas e ainda não ter um diagnóstico, procure um profissional qualificado para verificar se pode estar a apresentar doença celíaca ou sensibilidade ao glúten não celíaca.